Celebrar abril é manter viva a memória de todos aqueles que através da palavra, do desenho, da pintura, da música e de todas as outras expressões de arte, recusaram o silêncio da censura, o obscurantismo e a ignorância.
A instauração do Estado Novo em Portugal caraterizou-se pela ação de um forte aparelho repressivo. A censura foi um dos mecanismos de controlo da vida política dos cidadãos e impediu a liberdade de imprensa e de opinião, condicionando a atividade criativa de artistas e intelectuais e levando à supressão parcial ou total de muitas das suas obras.
A Constituição democrática aprovada em 1976, pelos deputados eleitos pelo povo português, consagra como um direito constitucional a liberdade de expressão, de informação e de imprensa. Este direito não é irreversível se não o soubermos defender. A liberdade de expressão exige da parte dos cidadãos um sentido de responsabilidade e de ponderação, quando a utilizamos.
Hoje, num mundo em que a informação circula rapidamente e em grande quantidade, através dos canais de informação analógicos e digitais, os consumidores de informação – todos nós -, têm a obrigação de procurar uma informação credível e fiável, combatendo a desinformação (vulgarmente conhecida por fake news) veiculada preferencialmente pelas redes sociais e evitando a sua propagação.
No Portugal de abril, a liberdade tem-se plasmado, na criatividade dos nossos autores e atores. A cultura tem que ser democrática, superlativa nos seus ideais estéticos e acessível a todos. A cultura e a arte são inerentes à condição humana e com elas, respiramos e pensamos melhor.
Ao longo das próximas semanas podes visitar, na biblioteca da ESMA, a exposição documental “Livros Censurados durante a ditadura do Estado Novo” e ficar a conhecer porque estes livros foram considerados perigosos.