O projeto ROC (Rangers of Change) começou pela proposta, lançada pela professora coordenadora Alexandra Duarte, às turmas do 8º Ano do Agrupamento de Escolas de Soure, para participarem num projeto tentador, que alerta para os problemas ambientais e suas consequências no dia-a-dia, e faz acreditar que podemos mudar o mundo para bem melhor, através das nossas práticas ambientais.
Deste modo, aceite a proposta, estas turmas lançaram-se na realização de várias atividades, que se iniciaram em outubro de 2022 e se prolongarão pelo próximo ano letivo. Assim, o projeto pretende desenvolver competências em língua inglesa, língua de comunicação por excelência, mas também alertar para os problemas ambientais que nos rodeiam e desenvolver práticas que contribuam para diminuir as consequências dos erros humanos.
Estas atividades foram também desenvolvidas por outras escolas europeias, parceiras do projeto, a saber: Espanha, Grécia, Lituânia e Roménia, que, tal como os portugueses, acreditam que ainda se pode fazer algo pelo ambiente e torna-lo mais saudável.
E foi com professores e alunos destas escolas que um grupo de 4 alunos portugueses acompanhados por duas professoras, a professora Alexandra Duarte e a professora Ana Gaspar, se foram encontrar, quando, no dia 26 de março último partiram numa madrugada chuvosa, mas agradável e sobretudo inesquecível, a caminho de Bucareste, na Roménia. Este foi o país que acolheu, de forma fantástica, desde o primeiro momento, à chegada ao aeroporto, onde encarregados de educação, acompanhados pelos seus educandos, aguardavam os grupos que chegavam, até ao final da estadia, quando os mesmos encarregados de educação acompanharam ao aeroporto os grupos que se despediam já com alguma saudade.
Percorridos cerca de 80 km, o primeiro destino foi o Hotel, onde a senhora coordenadora do projeto, Professora Mirela Vilcu, aguardava os grupos, a fim de dar algum apoio e transmitir as informações necessárias à estadia.
O jantar fez-se no centro comercial próximo do hotel, já que o cansaço da longa viagem assim o exigia.
Após uma noite bem dormida, o dia 27 começou com uma receção calorosa na escola anfitriã aos 4 países estrangeiros participantes no Projeto.
A hospitalidade romena que começara no aeroporto, continuou na entrada da escola, onde, pares de alunos, trajados a rigor com as indumentárias romenas, recebiam os visitantes com tabuleiros com pão e sal, significado de votos de prosperidade para os visitantes.
A esta receção seguiu-se uma visita guiada e muito bem orientada pelos alunos da escola, que agradavelmente foram apresentando os seus colegas de outros níveis etários. Enquanto os alunos visitavam os espaços da escola como a biblioteca, piscina e aí iam desenvolvendo atividades diversas de socialização, os professores tiveram a oportunidade de visitar algumas salas de aula onde alguns alunos tinham algumas questões a colocar e cartas com desenhos, dirigidas a todos os professores. A receção decorreu também na presença dos embaixadores da Grécia e da Lituânia, com músicas e danças preparadas a rigor alusivas a cada um dos países participantes. Este dia decorreu cheio de surpresas agradáveis, todas preparadas com o intuito de, não só surpreender, mas também agradar os visitantes que saíram de lá carregados de muitos “miminhos”. Após o almoço servido na escola pelas encarregadas de educação dos alunos envolvidos no projeto, os alunos acompanhados pelos professores foram para o centro histórico da cidade fazer uma “walking tour” a fim de conhecer alguns monumentos históricos existentes na cidade como o famoso Manuc’s Inn e uma igreja do seculo XVIII, a Stravopoleus Church. No final da tarde fizeram uma visita ao Museum of the National Bank of Romania, onde se encontram importantes e valiosas coleções numismáticas.
As surpresas continuaram quando, num dia muito cinzento, frio e chuvoso, a fazer jus ao clima e à fama de país frio, tiveram oportunidade de conhecer a costa do Mar Negro. Após uma viagem um pouco atrasada por uma avaria da camioneta, esperava-os uma tarefa de recolha de lixo nas areias repletas de búzios da vila de Constanta, seguida de um belíssimo almoço à beira do lago Tasaul. Os alunos puderam constatar que a falta de civismo é transversal a todos os países. Foram vários os sacos que os alunos encheram, apenas com detritos que não são biodegradáveis, tais como plásticos, papel, esferovite entre outros. A viagem de regresso fez-se ao fim da tarde com algum cansaço, mas também de coração cheio com a agradável sensação de missão cumprida.
Do programa constava também uma visita à estação de televisão local Digi24 onde puderam ver in loco vários jornalistas e outros trabalhadores em funções nos diversos espaços da estação. Mas o que mais fascinou foi a gravação de um documentário sobre as alterações climáticas apresentado por uma jornalista das mais conhecidas deste canal. Após esta visita, lá fora, pasme-se, começava a nevar! Findo o almoço num restaurante muito agradável, a tarde seria imponente! Do programa fazia parte a visita ao grandioso Parlamento Romeno, cuja construção remonta à época de Ceausescu que pretendia construir o palácio mais rico do mundo, inspirado após uma visita ao seu homónimo norte-coreano. O momento foi ainda aproveitado para disseminar o projeto ROC junto de uma senadora romena.
Preparada estava também uma incursão pela Transilvania e uma visita ao Castelo de Bran, na cidade de Brasov, conhecido como “O Castelo do Drácula”, por ter servido de inspiração ao famoso romance de terror gótico “O Conde Drácula”, de Bram Stoker, em 1897. Também aqui fizeram uma limpeza da floresta nas imediações e na viagem de regresso, pelas estradas cobertas de neve, ainda puderam ver mais dois castelos magníficos, pela sua idade e imponência. Foi uma viagem longa, mas enriquecedora.
Esta verdadeira aventura por terras romenas culminou com uma manhã de são convívio, apresentação de trabalhos de cada país participante, e entrega de certificados e outros mimos, no dia 31 de março. Plantaram-se árvores, magnólias, entre outras e foi servido um almoço, pelas mães dos alunos, que desde o primeiro ao último dia, gentilmente acompanharam as atividades dos seus educandos e ajudaram os professores nas tarefas realizadas.
Foi também o dia das despedidas e a promessa, para alguns, de se reencontrarem nas próximas mobilidades, que acontecerão muito brevemente em Espanha e posteriormente na Grécia e na Lituânia, culminando o projeto em Portugal, no próximo ano letivo.
Acerca desta experiência os alunos afirmaram perentória e unanimemente que no geral foi uma experiência transformadora que ampliou horizontes e enriqueceu conhecimentos. Esta experiência desafiou-nos a sair da zona de conforto e adaptar a um novo ambiente, expôs-nos a diferentes culturas e modos de vida.