Visita de estudo a Mafra

O que fomos fazer a Mafra?
Fomos ver o convento, o tal do “Memorial do Convento”, de José Saramago.

«Prometo, pela minha palavra real, que farei construir um convento de franciscanos na vila de Mafra se a rainha me der um filho no prazo de um ano a contar deste dia em que estamos…».

José Saramago, Memorial do Convento

“Memorial do Convento”, de José Saramago, primeiro autor português distinguido com o Prémio Nobel da Literatura, em 1998, levou os alunos do 12o ano, do Agrupamento de Escolas Martinho Árias, a visitar a Vila de Mafra, no dia 21 de fevereiro.
Este romance histórico, obra de leitura integral, foi inspirado na construção do convento de Mafra que se deve a D. João V, o Rei “Magnânimo”, na sequência do cumprimento da promessa que havia feito caso tivesse um descendente para ocupar o trono. As personagens históricas e fictícias do enredo criado por Saramago ganharam vida neste dia que constituiu uma autêntica viagem à época setecentista.
O majestoso Palácio – Convento de Mafra foi percorrido pelos alunos orientados por guias que fizeram uma integração história do romance de Saramago, relacionando as personagens históricas e ficcionais com a construção do edifício, num percurso que permitiu observar a riqueza histórica e a sumptuosidade do espaço, pensado para se afirmar como símbolo do poder da monarquia absoluta em Portugal, no século XVIII.
Já no Centro de Interpretação da Vila de Mafra, no decurso da visita guiada, os alunos aperceberam-se do impacto da construção do majestoso convento de Mafra na Vila que não voltou a ser igual. Se o projeto original de Johann Friedrich Ludwig previa inicialmente apenas espaço para 13 frades, mais tarde, passou a ter capacidade para 300 frades, a família real, o patriarcado e a corte. O extraordinário aumento do edifício projetado evidencia, na perspetiva de Saramago, a megalomania do Rei D. João V que até se identificava com o Papa Paulo V.

Carla Castro e Gracinda Henriques