Delfim Leão e José Brandão, Professores Doutores do Instituto de Estudos Clássicos, da Universidade de Coimbra, surpreenderam alunos e professoras, no auditório da Escola Martinho Árias.
Duas vozes acompanhadas por duas guitarras contagiaram alunos e professoras do nono ano que, em uníssono, cantaram uma só estrofe do Canto X, d’Os Lusíadas.
Não mais, Musa, não mais, que a Lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
O favor com que mais se acende o engenho
Não no dá a pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
D’ uma austera, apagada e vil tristeza”. (X-145)
Esta foi a mensagem de desencanto pela surdez da Pátria deixada por Camões, o poeta-profeta, no final da sua obra-prima, retomada pelos dois professores, na palestra subordinada ao tema: Quadros da mitologia na Eneida e n’ Os Lusíadas.
Com esta evocação épica se concluiu a palestra, durante a qual o público presente mergulhou no Universo do Maravilhoso pagão, que foi elevado, por um curto espaço de tempo, a uma dimensão divina, bem ao gosto dos clássicos.